Organização usou CPFs de inocentes e CNPJs falsos para desviar verba do Farmácia Popular

Uma investigação da Polícia Federal, revelada pelo programa Fantástico, da TV Globo, expôs um esquema criminoso que desviou quase R$ 40 milhões do programa Farmácia Popular, utilizando farmácias fantasmas, CPFs de pessoas inocentes e empresas de fachada. Entre os envolvidos, uma mulher que usava um número de telefone registrado em João Pessoa (PB) é apontada como fornecedora de CNPJs para o grupo criminoso.

O esquema operava em diversos estados e financiava o tráfico internacional de drogas, com repasses para organizações como o Comando Vermelho e o Clã Cisneros, do Peru. A fraude foi descoberta após a apreensão de 191 quilos de drogas em Luziânia (GO), levando à prisão de integrantes da quadrilha e revelando conexões com farmácias registradas em terrenos baldios e endereços inexistentes.

A mulher identificada como Célia Aparecida de Carvalho, que teria negociado CNPJs com outros membros do grupo, aparece como titular de um número de telefone vinculado a uma farmácia fantasma. A Polícia Federal afirma que ela atuava como fornecedora de empresas usadas para simular vendas de medicamentos nunca entregues.

O programa Farmácia Popular, criado para oferecer medicamentos gratuitos ou com até 90% de desconto, foi transformado em ferramenta de lavagem de dinheiro. Segundo o Departamento Nacional de Auditoria do SUS, são combatidas diariamente cerca de 140 mil tentativas de fraudes no sistema.

A investigação identificou 148 farmácias reais ou fictícias envolvidas no esquema, com uso indevido de cerca de 160 mil CPFs. Vítimas como o dentista Gustavo, de Sumaré (SP), descobriram que seus dados foram usados para registrar retiradas mensais de medicamentos que nunca solicitaram.

A Polícia Federal segue apurando os envolvidos, que podem responder por peculato, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e associação criminosa. O caso levanta alerta sobre a vulnerabilidade de programas sociais e a necessidade de maior controle sobre os dados dos cidadãos.

(Fonte: redação Click100 com informações do G1 Fantástico / Imagem: Freepik)

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