Carlão (PL) afirma que liberdade religiosa está ameaçada por censura ideológica

Durante sessão ordinária da Câmara Municipal de João Pessoa nesta quinta-feira (07/08), o vereador Carlão (PL) protagonizou um discurso polêmico ao sair em defesa do padre Danilo César, da Paróquia de Areial, investigado por intolerância religiosa. O caso ganhou repercussão nacional após o sacerdote citar a morte da cantora Preta Gil durante uma missa e criticar práticas de religiões de matriz africana.

Carlão afirmou que o padre apenas professou sua fé dentro de um templo católico e que está sendo injustamente atacado. “Não podemos nos curvar ao politicamente correto. O padre não roubou, não matou, só defendeu o que diz a Sagrada Escritura, há mais de 2 mil anos”, declarou o parlamentar.

Repercussão e embate político

O pronunciamento gerou reações imediatas. Em aparte, o vereador Guguinha Moov Jampa (PSD) discordou, destacando que “ninguém deve defender sua fé religiosa difamando a fé do outro”. O embate expôs tensões sobre os limites da liberdade religiosa e o papel do discurso público em ambientes institucionais.

Carlão reforçou que o padre Danilo tem o direito de professar sua fé e que o uso da figura de Preta Gil foi um exemplo infeliz, mas não criminoso. “Sacrificaram o sacerdote, mas ele segue sua missão, porque professou sua fé no altar de Cristo, assim como tem seu direito quem defende seus orixás nos terreiros”, disse.

Contexto social e impacto regional

A fala do vereador reacende o debate sobre intolerância religiosa na Paraíba, estado que tem registrado aumento de denúncias envolvendo discriminação contra religiões afro-brasileiras. Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública, houve crescimento de 18% nas ocorrências relacionadas à intolerância religiosa em 2024, especialmente em João Pessoa e Campina Grande.

Além disso, o episódio levanta questões sobre o uso da tribuna parlamentar para reforçar narrativas que podem alimentar conflitos inter-religiosos. Entidades como o Fórum Paraibano de Diversidade Religiosa e o Ministério Público acompanham o caso com atenção, avaliando possíveis desdobramentos legais e sociais.

Liberdade religiosa versus discurso de ódio

Especialistas alertam para a necessidade de distinguir entre liberdade religiosa e discurso de ódio. A Constituição Federal garante o livre exercício dos cultos religiosos, mas também protege os cidadãos contra manifestações que promovam intolerância ou discriminação.

O inquérito contra o padre Danilo segue em andamento, e o episódio já mobiliza lideranças religiosas, juristas e representantes da sociedade civil em busca de equilíbrio entre fé, respeito e responsabilidade pública.

(Fonte: redação Click100 com Ascom CMJP – Sessão da Câmara Municipal de João Pessoa – 07/08/2025 / Imagem: reprodução frame TV CMJP)

Confira a fala do parlamentar no vídeo abaixo:

 

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