Rodovias federais no estado terão reforço na fiscalização para conter avanço de acidentes
A suspensão dos radares fixos em rodovias federais por falta de recursos já provoca reação da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que prepara o aumento do uso de radares portáteis na Paraíba e em todos os outros Estados da Federação alcançados pela interrupção do serviço. A medida é para evitar o crescimento de acidentes nas estradas que cruzam o estado.
Desde 1º de agosto, o Programa Nacional de Controle de Velocidade (PNCV) está paralisado em 26 estados e no Distrito Federal. A medida, anunciada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), afeta diretamente 3.887 faixas de monitoramento em cerca de 47 mil quilômetros de rodovias federais — incluindo trechos estratégicos na Paraíba.
A suspensão dos radares fixos ocorre por falta de verba. Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Engenharia de Tráfego (Abeetrans), seriam necessários R$ 364 milhões para manter o programa em funcionamento neste ano, mas a Lei Orçamentária destinou apenas R$ 43,3 milhões. O Dnit afirma que a interrupção é temporária e motivada por “ajustes orçamentários”.
Com a ausência dos equipamentos fixos, a PRF já começou a reforçar a fiscalização com o uso de radares portáteis em diversos estados. Na Paraíba, a superintendência local que acompanha a movimentação nacional já estaria estudando ampliar o uso desses dispositivos móveis para compensar a lacuna deixada pela suspensão. O objetivo é evitar que a falta de controle eletrônico resulte em aumento de sinistros nas BRs que cortam o estado, como a BR-230, BR-101 e BR-412.
O presidente da Abeetrans, Silvio Médici, alerta para os riscos da medida: “As vias estão sem controle de velocidade. Há orientação para que as superintendências adotem providências suplementares em trechos críticos, mas sabemos que isso é quase impossível devido à falta de efetivo.”
Enquanto isso, os radares instalados em rodovias federais concedidas à iniciativa privada — como a BR-386 e BR-101 em outros estados — seguem operando normalmente, já que não dependem dos contratos suspensos pelo Dnit.
Na Paraíba, os radares portáteis devem ser posicionados em pontos estratégicos, especialmente em trechos com histórico de acidentes e alto fluxo de veículos. A PRF também deve intensificar o monitoramento dos dados de acidentalidade para ajustar a fiscalização conforme a demanda.
A medida é vista como essencial para manter a segurança viária em um momento de fragilidade institucional e orçamentária. A população paraibana, que depende das rodovias federais para deslocamentos diários e transporte de cargas, pode sentir os reflexos da suspensão caso não haja reforço imediato na fiscalização.
(Fonte: redação Click100 com Denit, PRF, Abeetrans / Imagem: reprodução divulgação Ascom PRF)