130 líderes industriais buscam reverter sobretaxas americanas sobre produtos brasileiros em Washington
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) lidera, nesta quarta (3/09) e quinta-feira (4/09), uma missão empresarial a Washington (EUA) com o objetivo de abrir canais de diálogo e contribuir com as negociações para reverter ou reduzir o tarifaço imposto pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros.
A comitiva reúne cerca de 130 empresários, representantes de associações industriais e dirigentes de oito federações estaduais da indústria: Goiás (FIEG), Minas Gerais (FIEMG), Paraíba (FIEPB), Paraná (FIEP), Rio de Janeiro (FIRJAN), Rio Grande do Norte (FIERN), Santa Catarina (FIESC) e São Paulo (FIESP). Entre os integrantes está o presidente da Associação Nordeste Forte e da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (FIEPB), Cassiano Pereira.
“Essa missão estratégica organizada pela CNI abre caminhos reais para que os empresários brasileiros possam ser, de fato, ouvidos nesse processo, que precisa ter o diálogo como principal ferramenta de negociação”, afirmou Pereira. “A nossa intenção é fornecer argumentos e evidências técnicas de que as tarifas são prejudiciais para os dois países, sendo mais viável o caminho da cooperação entre duas nações que possuem economias complementares.”
A agenda inclui reuniões com autoridades norte-americanas, como a embaixadora do Brasil nos EUA, Maria Luiza Viotti, e encontros com representantes da Câmara de Comércio dos Estados Unidos (US Chamber of Commerce). O foco é apresentar os impactos negativos das tarifas sobre setores como máquinas, madeira, cerâmica, carnes e café, além de buscar apoio de empresas americanas para fortalecer a parceria econômica bilateral.
A missão ocorre em meio à investigação aberta pelo governo dos EUA com base na Seção 301 da Lei de Comércio de 1974, que avalia práticas comerciais brasileiras em áreas como comércio digital, serviços de pagamento, propriedade intelectual, etanol e questões ambientais. A CNI, representada pelo embaixador Roberto Azevêdo, apresentou defesa técnica alegando que o Brasil não adota práticas desleais e que medidas unilaterais enfraquecem a relação estratégica entre os países.
O presidente da CNI, Ricardo Alban, segundo o que foi conferido pela redação Click100, reforçou que o objetivo é evitar decisões precipitadas e promover o bom senso nas negociações. “Estamos trabalhando de forma profissional, privada e empresarial. O que queremos é evitar retaliações e buscar soluções que beneficiem ambos os lados”, declarou. (Foto: Ascom FIEP-PB)