O Governo Federal lançou nesta quinta-feira (4), em Belo Horizonte, o programa Gás do Povo, que promete transformar o acesso ao gás de cozinha no Brasil. A iniciativa prevê a distribuição gratuita de botijões para 15,5 milhões de famílias em situação de vulnerabilidade, beneficiando cerca de 50 milhões de pessoas em todo o país. Na Paraíba, 498.057 famílias serão contempladas.
A meta, é ambiciosa: atingir 100% do público-alvo até março de 2026. A transição do atual Auxílio Gás para o novo modelo começa em 2025, com a substituição do repasse em dinheiro pela entrega direta do botijão nas revendas credenciadas.
“Nós estamos assumindo a responsabilidade de que uma pessoa não pode gastar 10% do salário mínimo para comprar gás”, afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “As pessoas mais pobres vão receber o gás de graça.”
Quem tem direito ao benefício
O programa é voltado para famílias inscritas no Cadastro Único (CadÚnico), com renda per capita de até meio salário mínimo (R$ 759). A prioridade será para beneficiários do Bolsa Família. A quantidade de botijões varia conforme o número de integrantes:
- 2 pessoas: até 3 botijões por ano
- 3 pessoas: até 4 botijões por ano
- 4 ou mais: até 6 botijões por ano
A retirada será feita diretamente nas revendas credenciadas, com validação eletrônica via vale digital. A gestão será feita pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS).
Impacto regional e nacional
A região Nordeste concentra o maior número de beneficiários: mais de 7,1 milhões de famílias. O Sudeste vem em seguida, com 4,4 milhões, seguido pelo Norte (2,1 milhões), Sul (1,1 milhão) e Centro-Oeste (889 mil).
Oito estados terão mais de um milhão de famílias atendidas, incluindo São Paulo (1,87 milhão), Bahia (1,84 milhão) e Minas Gerais (1,20 milhão).
Saúde pública e dignidade
O programa também tem forte impacto na saúde. Segundo o IBGE (2022), 12,7 milhões de famílias ainda utilizam lenha para cozinhar, prática que expõe mulheres e crianças a poluentes tóxicos. A queima de lenha pode gerar concentrações de poluentes até 33 vezes superiores aos limites recomendados pela OMS, aumentando o risco de infecções respiratórias graves.
“O Gás do Povo combate a pobreza energética, garante alívio no orçamento das famílias e protege a saúde”, destacou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
Além disso, o uso da lenha compromete o tempo de estudo de crianças, que gastam em média 18 horas semanais na coleta do material. O GLP, por outro lado, já alcança 91% dos domicílios brasileiros, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
Investimento e projeção
O governo estima a distribuição de 65 milhões de botijões por ano. Em 2025, serão investidos R$ 3,57 milhões. Em 2026, o orçamento sobe para R$ 5,1 bilhões. (Fonte: redação Click100 com foto e infográfico: Secom PR via Agência Brasil | Marcelo Casal Jr.)
Confira o infográfico abaixo:
