Fiscalizações seguem até 25 de setembro com uso de satélites e ações jurídicas estratégicas
A Paraíba iniciou nesta segunda-feira (15/09) sua participação na maior operação nacional de combate ao desmatamento ilegal da Mata Atlântica. A ação, que envolve 17 estados brasileiros, é coordenada pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) em parceria com órgãos ambientais e de segurança, e segue até o dia 25 de setembro com fiscalizações remotas e presenciais.
A oitava edição da Operação Mata Atlântica em Pé mobiliza instituições públicas em todo o país para identificar e punir crimes ambientais. Na Paraíba, o lançamento ocorreu no Jardim Botânico Benjamim Maranhão, em João Pessoa, com a presença de representantes do Ibama, Sudema, Semas e do Batalhão de Policiamento Ambiental.
A promotora de Justiça Cláudia Cabral, coordenadora do Centro de Apoio Operacional Meio Ambiente do MPPB, destacou o compromisso do estado com a proteção do bioma:
“O Ministério Público da Paraíba está totalmente comprometido com a defesa deste patrimônio nacional. Teremos uma atuação cada vez mais incisiva, baseada em inteligência, tecnologia e estratégia jurídica robusta”, afirmou.
A operação utiliza imagens de satélite, sensoriamento remoto e sistemas como o MapBiomas Alerta e o Atlas da Fundação SOS Mata Atlântica para monitorar áreas desmatadas. A atuação inclui identificação dos responsáveis, verificação de licenças, lavratura de autos de infração e suspensão do Cadastro Ambiental Rural de propriedades irregulares.
O procurador-geral de Justiça da Paraíba, Leonardo Quintans, reforçou a inovação da abordagem:
“Esta não é apenas mais uma operação de fiscalização; é um esforço coordenado que inaugura uma nova era no combate ao desmatamento. A suspensão do CAR retira benefícios econômicos de quem pratica o crime ambiental, combatendo a impunidade de forma eficaz.”
Em 2024, segundo informações da Ascom do MPPB, a operação identificou 19,5 mil hectares desmatados ilegalmente, o equivalente a 27 mil campos de futebol, e aplicou R$ 143,1 milhões em multas — o maior valor da história da iniciativa.
Representantes dos órgãos parceiros também destacaram a importância da cooperação. O superintendente do Ibama/PB, Nino Amazonas, afirmou:
“A preservação da Mata Atlântica não é trabalho de um órgão só. É preciso unir forças e competências para garantir efetividade.”
Ao final da operação, em 26 de setembro, será divulgado um balanço com os resultados da edição 2025, em transmissão online ao vivo. (Foto de capa: reprodução Ascom MPPB)