Categoria cobra cumprimento da Lei de Autonomia e retomada do diálogo com o Governo da PB
A partir da próxima segunda-feira (22/09), docentes da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) entrarão em greve por tempo indeterminado. A paralisação foi aprovada em assembleia geral da ADUEPB realizada nesta quinta-feira (18/09) em todos os campi da instituição. A categoria reivindica o pagamento de mais de R$ 75 milhões em retroativos, realização de concursos e recomposição orçamentária, além do cumprimento da Lei de Autonomia.
A greve foi deliberada em assembleia presencial e descentralizada, com participação de docentes dos campi de Campina Grande, Araruna, Guarabira, Monteiro, Catolé do Rocha, Patos e João Pessoa. A principal pauta, conforme checou a redação Click100, é o pagamento do retroativo das progressões de carreira, congeladas entre 2018 e 2023 pela Lei Estadual nº 10.660/16.
Segundo a ADUEPB, a dívida acumulada ultrapassa R$ 75 milhões e permanece sem atualização. Em 2024, a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) apresentou uma proposta de acordo com 40% de deságio e parcelamento em 42 meses, rejeitada pela categoria. Os docentes exigem o pagamento integral ainda dentro da gestão do governador João Azevedo.
“Rejeitamos qualquer deságio. Queremos o pagamento atualizado e imediato, como forma de valorização da carreira docente”, afirmou a ADUEPB em nota.
Além do retroativo e conforme checou a redação Click100, os professores cobram o cumprimento da Lei de Autonomia da UEPB (Lei nº 7.643/2004), a recomposição do orçamento da universidade e a realização de concursos públicos para docentes efetivos. Atualmente, segundo dados de 2024 do portal de transparência da UEPB, a instituição possui 790 professores efetivos e 393 temporários.
A categoria também reivindica a instalação de uma mesa de negociação para discutir as perdas salariais acumuladas nos últimos quatro anos, estimadas em 22,9%. A ADUEPB afirma que solicitou audiências com o governador João Azevedo, os secretários Gilmar Martins (Planejamento e Orçamento) e Cláudio Furtado (Ciência, Tecnologia e Ensino Superior), além do procurador-geral do Estado, Fábio Brito, mas não obteve retorno.
Reitoria se posiciona
Em nota oficial publicada nesta quinta-feira (18/09), a Reitoria da UEPB reconheceu a legitimidade da greve e reforçou a importância do diálogo institucional:
“Respeitamos a decisão soberana da assembleia e reafirmamos nosso compromisso com a valorização da educação pública. Aguardamos o encaminhamento oficial da pauta para abertura da mesa de diálogos”, declarou a Reitoria.
A nota também destacou a preocupação com os estudantes da UEPB, que somam 18.770 matriculados em cursos técnicos, graduação, pós-graduação e ensino à distância (EAD), e reafirmou o compromisso da instituição com a formação pública, gratuita e de qualidade. (Imagem de capa: reprodução redes sociais)