Estado registra queda de 53 mil domicílios em situação de insegurança alimentar entre 2023 e 2024
A Paraíba registrou uma redução significativa nos índices de insegurança alimentar entre os anos de 2023 e 2024. De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio do módulo de Segurança Alimentar da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), cerca de 53 mil domicílios deixaram de enfrentar algum grau de insegurança alimentar no estado, representando uma queda de 9,9%.
Em números absolutos, 32,4% dos domicílios particulares permanentes da Paraíba — aproximadamente 481 mil lares — vivenciaram algum nível de insegurança alimentar em 2024. O índice representa uma redução de 3,5 pontos percentuais em relação ao ano anterior, quando o percentual era de 36%.
Metodologia e classificação
A pesquisa utiliza como base a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA), instrumento que permite classificar os domicílios conforme os graus de severidade do problema. A EBIA considera aspectos como acesso regular a alimentos, qualidade nutricional e restrição alimentar por falta de recursos.
Segundo o IBGE, a queda observada na Paraíba reflete avanços em políticas públicas de assistência social, programas de transferência de renda e ações voltadas à segurança alimentar e nutricional.
Políticas públicas
A redução nos índices de insegurança alimentar tem implicações diretas na formulação de políticas públicas e na aplicação de leis voltadas à proteção social. A Constituição Federal, em seu artigo 6º, reconhece o direito à alimentação como um direito social fundamental, e a Lei nº 11.346/2006 institui o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN), que orienta ações integradas entre União, estados e municípios.
A queda de quase 10% na Paraíba pode indicar maior efetividade na aplicação desses instrumentos legais, além de servir como referência para outras unidades federativas.
Contexto nacional e perspectivas
Embora o índice ainda represente um desafio para o estado, a tendência de queda é considerada positiva por especialistas em políticas sociais. A continuidade da redução depende da manutenção de programas estruturantes, como o Bolsa Família, o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e iniciativas locais de agricultura familiar e educação alimentar.
A pesquisa do IBGE também contribui para o monitoramento da Agenda 2030 da ONU, especialmente no cumprimento do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) nº 2 — Fome Zero e Agricultura Sustentável. (Texto: redação Click100 / Imagem de capa: Freepik)