Fundador do Clube da Esquina estava internado em Belo Horizonte e passou por traqueostomia

O cantor e compositor Lô Borges morreu aos 73 anos, na noite do domingo (02/11), em Belo Horizonte, após complicações decorrentes de um quadro de intoxicação medicamentosa. A informação foi confirmada nesta segunda-feira (03/11) pela família e pelo Hospital Unimed-BH, onde o artista estava internado desde o dia 17 de outubro.

Segundo boletim médico, o falecimento ocorreu às 20h50, por falência múltipla de órgãos. O hospital lamentou a perda e se solidarizou com familiares, amigos e fãs:

“A Unimed-BH se solidariza com a família, amigos e fãs pela irreparável perda para a música brasileira.”

Durante o período de internação, Lô Borges passou por uma traqueostomia no dia 25 de outubro e precisou de ventilação mecânica para respirar. O procedimento é indicado em casos de insuficiência respiratória grave e consiste na abertura da traqueia para inserção de um tubo que permite a passagem de ar.

Legado musical

Lô Borges foi um dos fundadores do Clube da Esquina, movimento musical que revolucionou a MPB ao mesclar influências do rock, folk e música brasileira. Ao lado de Milton Nascimento, Beto Guedes e Toninho Horta, lançou obras marcantes como “O Clube da Esquina” (1972) e “Clube da Esquina 2” (1978).

Entre seus maiores sucessos estão “Um Girassol da Cor do Seu Cabelo”, “Paisagem da Janela” e “O Trem Azul”, que seguem como referência na música brasileira.

Nas redes sociais, fãs e artistas prestaram homenagens, destacando a genialidade e a sensibilidade de Lô Borges. A comoção nacional reforça o impacto de sua obra e a importância de seu legado.

Intoxicação medicamentosa

A intoxicação segundo dados publicados pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) pode ser compreendido como um processo patológico causado por substâncias endógenas ou exógenas, que provoca desequilíbrio fisiológico por alterações bioquímicas no organismo. Pode ser aguda — com efeitos imediatos ou em até duas semanas após exposição única ou múltipla — ou crônica, quando resulta de exposição prolongada por meses ou anos.

Segundo estudos citados pela UFPB, os medicamentos são a segunda principal causa de morte por intoxicação no mundo, com impacto social e econômico significativo. Crianças de 1 a 4 anos são as mais vulneráveis, principalmente em acidentes domésticos, devido à curiosidade natural e à presença comum de medicamentos em casa. Já em adultos, a intoxicação medicamentosa está frequentemente associada a tentativas de suicídio, especialmente entre mulheres.

O Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (SINITOX) reforça que os medicamentos já representavam há cerca de 10 anos, em 2017, 25% dos casos, sendo cerca de 30% relacionados a suicídio.

As classes de medicamentos mais envolvidas variam por faixa etária:

  • Crianças: benzodiazepínicos, barbitúricos, vitaminas, broncodilatadores e antibióticos
  • Adolescentes: anticonvulsivantes, sedativos, hipnóticos e antiparkinsonianos
  • Adultos: analgésicos, anti-inflamatórios, imunossupressores e benzodiazepínicos
  • Idosos: anticonvulsivantes, sedativos e antiparkinsonianos (Texto: redação Click100 / Imagem de capa: reprodução redes sociais)

Topo
Verified by MonsterInsights