Pesquisa revela insatisfação popular e cobra revisão urgente do sistema de estacionamento
Uma pesquisa apresentada pela Comissão de Políticas Públicas (CPP) da Câmara Municipal de João Pessoa revelou forte rejeição ao Sistema Zona Azul, implantado na capital paraibana. O levantamento ouviu mais de 370 pessoas, entre trabalhadores e comerciantes, e apontou impactos negativos significativos na rotina e na economia local.
Segundo os dados apresentados, na quarta-feira (12/11), pela presidente da CPP, vereadora Jailma Carvalho (PSB), mais de 70% dos trabalhadores entrevistados afirmaram que o sistema prejudica o deslocamento para o trabalho. 78% dos comerciantes relataram perdas no faturamento desde a implantação da Zona Azul. Além disso, 56% dos participantes consideraram o valor cobrado muito alto, e 51% atribuíram nota zero ao serviço.
Quase metade dos entrevistados — 49,8% — defendeu a extinção do sistema, alegando falta de diálogo por parte da prefeitura. “Nosso mandato foi às ruas ouvir quem está lá na ponta, quem é usuário da Zona Azul. A implantação foi feita de forma impositiva, sem consulta à população ou à Câmara”, afirmou Jailma Carvalho.
Contexto e implicações legais
O Sistema Zona Azul é uma modalidade de estacionamento rotativo pago, adotado em diversas cidades brasileiras com o objetivo de organizar o fluxo de veículos em áreas comerciais. No entanto, sua implementação em João Pessoa tem gerado controvérsias, especialmente pela ausência de consulta pública e pela percepção de que o modelo favorece arrecadação em detrimento da mobilidade urbana.
Especialistas em direito administrativo e políticas públicas alertam para a necessidade de revisão do modelo, com base nos princípios da legalidade, participação popular e eficiência. A falta de diálogo prévio pode configurar violação ao direito à informação e à transparência na gestão pública.
Zona Branca
A Prefeitura de João Pessoa estuda expandir a cobrança de estacionamento rotativo para novas ruas da cidade, por meio da criação da chamada Zona Branca — uma modalidade com tarifas reduzidas e tempo de permanência ampliado, voltada para áreas periféricas do Centro. A medida pode reconfigurar o uso do espaço urbano, afetando diretamente motoristas, lojistas e a dinâmica comercial da capital paraibana.
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A proposta foi apresentada, na sexta-feira (07/11), em reunião com representantes da CDL-JP (Câmara de Dirigentes Lojistas), da empresa gestora da Zona Azul e do vice-prefeito Léo Bezerra, que defendeu a iniciativa como forma de “tornar o sistema mais justo e eficiente para todos”.
Próximos passos
A CPP deve encaminhar os resultados da pesquisa ao Executivo municipal, recomendando a suspensão temporária do sistema e a abertura de audiências públicas para reavaliar sua viabilidade. A expectativa é que o debate se intensifique nas próximas semanas, com participação de entidades civis, comerciantes e representantes do setor de transporte. (Texto: redação Click100 / Imagem de capa: Freepik Wirestock)
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Palavra-chave da quarta-feira (12/11): Portal
Palavra-chave da quinta-feira (13/11): Informação

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