Milanez Neto questiona divisão da arrecadação e tempo de concessão de 30 anos renováveis

O vereador Milanez Neto (MDB) denunciou, durante reunião da Comissão de Políticas Públicas da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), os termos do contrato firmado entre a Prefeitura e a empresa Rek-Parking, responsável pela gestão do sistema Zona Azul Digital. Segundo o parlamentar, a empresa ficaria com 89,6% da arrecadação total, enquanto a Prefeitura recebe apenas 10,4%.

O sistema de estacionamento rotativo foi implantado em setembro e tem gerado críticas por parte da população e dos comerciantes locais. Milanez Neto também questionou o tempo de concessão estabelecido no contrato, que prevê 30 anos de vigência, com possibilidade de prorrogação por mais 30.

“Tem um relatório do Tribunal de Contas do Estado que fala sobre 30 anos de contrato. Qual outro contrato em João Pessoa foi tão longo como esse? E mais, 30 anos prorrogados por mais 30. Vamos além: você arrecada 100%, fica com 89,6% e repassa 10,4% para a Prefeitura. Por que não faz a Zona Azul gerida pela própria Prefeitura?”, afirmou o vereador.

Rejeição popular e impactos econômicos

Uma pesquisa apresentada pela presidente da CPP, vereadora Jailma Carvalho (PSB), também na na quarta-feira (12/11), revelou forte rejeição ao sistema. O levantamento ouviu mais de 370 pessoas, entre trabalhadores e comerciantes:

  • 70% dos trabalhadores disseram que o sistema prejudica o deslocamento para o trabalho
  • 78% dos comerciantes relataram queda no faturamento
  • 56% consideraram o valor cobrado muito alto
  • 51% atribuíram nota zero ao serviço
  • 49,8% defenderam a extinção do sistema

“A implantação foi feita de forma impositiva, sem consulta à população ou à Câmara”, criticou Jailma Carvalho.

Leia também: Zona Azul enfrenta rejeição em João Pessoa: 78% dos comerciantes já apontam prejuízos

Expansão e novas propostas

Apesar das críticas, a Prefeitura estuda ampliar o modelo para outras áreas da cidade com a criação da chamada Zona Branca — uma modalidade com tarifas reduzidas e tempo de permanência ampliado, voltada para regiões periféricas do Centro.

A proposta foi apresentada em reunião com representantes da CDL-JP, da empresa gestora e do vice-prefeito Léo Bezerra, que defendeu a medida como forma de “tornar o sistema mais justo e eficiente para todos”.

Próximos passos

A denúncia sobre os termos do contrato reacende o debate sobre a transparência na gestão de serviços públicos e a necessidade de revisão dos modelos de concessão. A Câmara deve seguir acompanhando o tema, com possibilidade de novas audiências e encaminhamentos legais. (Texto: redação Click100 / Imagem de capa: Freepik DC Studio)

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Palavra-chave da sexta-feira (14/11): Programação

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