Operação Sem Desconto expõe esquema que lesou idosos com débitos ilegais em benefícios

A Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagraram, nesta quinta-feira (18/12), uma nova fase da Operação Sem Desconto, que investiga um esquema nacional de descontos associativos não autorizados aplicados diretamente em aposentadorias e pensões.

Na Paraíba, agentes cumpriram mandados de busca e apreensão e prisões preventivas em cidades estratégicas, ampliando o alcance da investigação. Ao todo, foram 52 mandados de busca e apreensão e 16 de prisão preventiva, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

As ordens judiciais também estão sendo executadas no Distrito Federal, além dos estados de São Paulo, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Minas Gerais e Maranhão.

Segundo a PF, o esquema fraudulento inseria débitos mensais nos benefícios previdenciários sob a justificativa de filiação a associações ou entidades que, em muitos casos, sequer tinham relação com os aposentados. A prática atingiu principalmente idosos, que só percebiam os descontos após longos períodos, comprometendo parte significativa da renda mensal.

As apurações apontam indícios de crimes como inserção de dados falsos em sistemas oficiais, estelionato previdenciário, organização criminosa e ocultação patrimonial. Parte dos recursos desviados teria sido pulverizada por meio de contas de terceiros e empresas de fachada, dificultando o rastreamento.

De acordo com a CGU, o esquema possui alcance nacional, mas a Paraíba aparece como um dos estados mais afetados. A operação busca identificar todos os responsáveis, mapear o caminho do dinheiro e recuperar valores desviados dos cofres públicos e das vítimas.

“O objetivo é proteger aposentados e pensionistas, garantindo que não sejam lesados por descontos indevidos”, destacou a PF em nota oficial.

Vulnerabilidades de beneficiários

A nova fase da Operação Sem Desconto reforça a vulnerabilidade de beneficiários do INSS, especialmente idosos, diante de fraudes sofisticadas. Na Paraíba, o impacto é significativo, pois muitos aposentados dependem exclusivamente da renda previdenciária.

Além de recuperar valores desviados, a investigação pode levar a mudanças nos sistemas de controle e fiscalização, ampliando a proteção contra práticas abusivas. Novas fases da operação não estão descartadas, o que indica que o caso ainda terá desdobramentos relevantes para o estado e para o país. (Texto: redação Click100 / Imagem de capa: arquivo Ascom PF)

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