Os pesquisadores de um projeto do Centro de Estudos sobre o Genoma Humano e Células-Tronco (CEGH-CEL) da USP, que conta com apoio do Ministério da Saúde, pretendem iniciar uma triagem de genes responsáveis por doenças genéticas recessivas em, pelo menos, cinco mil casais de primos na Paraíba e em mais três Estados: Bahia, Espírito Santo e São Paulo.

Sob coordenação do geneticista Michel Naslavsky, a proposta é estudar 5 mil casais em idade reprodutiva nestes Estados e, a depender do financiamento da pesquisa, o projeto poderia, no futuro, abranger pessoas de outras Unidades Federativas (UFs).

Segundo a professora na Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) em João Pessoa, Silvana Santos, que está à frente do Núcleo de Estudos em Genética e Educação (Nege) e segue se dedicando à ampliação dos serviços de mapeamento genético na região Nordeste, a ideia é testar 400 genes responsáveis por doenças genéticas mais prevalentes na população brasileira.

A ideia é oferecer testes genéticos, que incluem sequenciamento do genoma, para buscar mutações e avaliar o risco que esses casais têm de ter um filho com uma doença genética grave“, explica Silvana, que é cientista e já foi inserida no seleto grupo das 100 mulheres mais inspiradoras e influentes do mundo, segundo a British Broadcasting Corporation (BBC).

A cientista da UEPB estuda a ocorrência de doenças genéticas raras e sua relação com casamentos entre pessoas com parentesco próximo em áreas pobres do Brasil rural.

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A iniciativa da nova pesquisa, dizem as informações oficiais, não é tentar impedir casamentos entre primos, mas, sim, fornecer informações a casais sobre genética familiar e, assim, eles tomarem decisões: “É para que eles possam conhecer um pouco mais sobre a sua história”, resume Silvana.

No Brasil, há poucos lugares fora do eixo Rio-São Paulo em que as pessoas podem procurar serviços de aconselhamento genético. Uma lista da Sociedade Brasileira de Genética Médica indica os centros públicos especializados pelo país onde casais interessados podem buscar orientação. (Clique aqui e confira a íntegra da matéria publicada pela BBC News)

(Imagem de swiftsciencewriting por Pixabay)

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