A morte do papa Francisco, na segunda-feira (21/04), pegou um planeta inteiro de surpresa tendo em vista que ele parecia estar saindo do quadro mais crítico de seu estado de saúde. Tanto que, apesar de não celebrar a tradicional missa de Páscoa preparou, pessoalmente, a homilia pascal que foi, de modo inédito, lida, a pedido do Pontífice, pelo cardeal Angelo Comastri.

Francisco era isso… um inovador. Um líder católico que rejeitou o luxo disponível para os grandes líderes do catolicismo e arregaçou as mangas para tornar a Igreja Católica mais inclusiva apesar da resistência dura e difícil dos mais conservadores que fazem parte do alto clero católico.

Quando Francisco foi elevado à condição de papa, a Igreja Católica vivia um período de séria crise de governança e credibilidade que culminou com a renúncia do então papa Bento XVI, a primeira em 600 anos da era moderna, a segunda desde a fundação do trono de São Pedro e que cuja justificativa “oficial” foi a falta de vigor, “seja do corpo, seja do ânimo”, para lidar com os problemas da instituição.

O papa, cujo nome real era Jorge Mario Bergoglio, era um argentino que mesmo ocupando o mais alto posto da Igreja Católica abriu mão de morar no luxo do chamado ‘Palácio Apostólico’ e optou por residir na casa de hóspedes, desde o primeiro dia do seu papado.

Francisco era diferente exatamente por dar o exemplo real, seguindo e vivendo na pele a humildade tão pregada pela igreja que ele representava, inclusive, proporcionando um diálogo de respeito e cordialidade inter-religiões tentando unir e pacificar os humanos.

A postura de Bergoglio proporcionou à Igreja Católica mais de uma década de reencontro com o seu público e a simpatia de outras crenças. Portanto, a sua morte abre espaço para uma expectativa quanto ao futuro da Instituição que periga retroceder anos caso o novo escolhido seja um alguém apegado à tradições separatistas ou aos apelos rígidos do Velho Testamento.

Francisco se mostrou um grande navegador que soube girar, com a diplomacia certa, o leme do navio católico em direção à águas menos turbulentas atraindo, inclusive, novos simpatizantes ao catolicismo. Resta saber se a fumaça branca representará a continuidade do bom legado deixado pelo papa Francisco… ou não.

Fica no ar, portanto, a dúvida que intitulou este artigo: “O que será de uma Igreja Católica sem um papa que fazia a ‘lição de casa’ pregando o bem sem olhar a quem?

O fato é que… até eu… senti muito pela passagem do bom pastor e, por tudo que fez, tenho certeza, ele está sendo muitíssimo bem acolhido pela espiritualidade amiga em um outro plano de muita luz. Assim seja!

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