Reflexão propõe abandonar a crítica alheia e investir em autoconhecimento

A gente tem um talento curioso: adora esquecer dos próprios problemas quando aparece a oportunidade de comentar a vida alheia. É quase como sentar na frente da televisão e mergulhar em uma novela — por uns minutos, os boletos vencidos, as pendências do trabalho e as pequenas angústias desaparecem.

Falar mal dos outros funciona como distração. É leve, rende assunto, arranca risadas. Só que, no fundo, não resolve nada. É como colocar um pano sobre o vazamento: por fora parece seco, mas por baixo a água continua escorrendo.

Há uma frase que sempre me cutuca: “Grandes mentes discutem ideias; mentes medianas discutem eventos; mentes pequenas discutem pessoas.” Não importa se veio de Eleanor Roosevelt ou de outro pensador, o que importa é o recado. Quando usamos nosso tempo para falar da vida dos outros, acabamos deixando de lado aquilo que realmente merece nossa atenção: a nossa própria vida.

Os estoicos já falavam sobre isso há séculos. Marco Aurélio, imperador e filósofo, escreveu algo assim: se o defeito do outro te incomoda, olhe para dentro e trate de consertar o seu. É uma lição dura, mas libertadora. No fim das contas, a única vida que a gente consegue, de fato, mudar é a nossa.

E se, em vez de gastar palavras com a vida alheia, a gente experimentasse investir esse tempo em refletir sobre os nossos próprios passos? Talvez descubramos que há muito o que melhorar, sonhar e construir. Fica aqui o convite: que este tema não termine nesta página, mas sirva de mote para o nosso próximo encontro — quem sabe, conversando menos sobre os outros e mais sobre nós mesmos.

Rafaela Montenegro

31 de agosto de 2025

(Imagem de capa:  Freepik Wayhomestudio)

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