Ícone da música brasileira enfrentou tabus e emocionou gerações com canções intensas e autênticas
A cantora e compositora Angela Ro Ro, uma das vozes mais autênticas da música brasileira, morreu na manhã desta segunda-feira (08/09), aos 75 anos, no Rio de Janeiro. A informação foi confirmada à TV Globo por seu advogado. Dona de um estilo inconfundível e de uma trajetória marcada por coragem e inovação, Ro Ro deixa um legado artístico e social que transcende gerações.
Nascida Angela Maria Diniz Gonsalves, a artista recebeu o apelido “Ro Ro” ainda na infância, por conta da voz grave. Começou a estudar piano clássico aos cinco anos e, décadas depois, se consagraria como uma das figuras mais originais da música popular brasileira.
Seu primeiro grande sucesso veio em 1980, quando cantou “Amor, Meu Grande Amor” no palco do Teatro Fênix, vestida de smoking. A canção, composta em parceria com Ana Terra, tornou-se um clássico e revelou ao país uma artista que falava de sentimentos sob o olhar feminino — algo raro e revolucionário à época.
Ro Ro misturava blues, samba-canção, bolero e rock com uma entrega visceral. Sua voz rouca e suas letras intensas conquistaram o público e a crítica, tornando-a referência de autenticidade e resistência.
Implicações e Legado
Além da música, Angela Ro Ro foi pioneira na luta por direitos civis e na visibilidade LGBTQIA+. Em plena ditadura militar, revelou-se homossexual publicamente — um gesto de enorme impacto político e cultural em um Brasil marcado pela repressão.
“Ela foi um dos nomes mais autênticos da música popular brasileira”, destaca o G1, ao anunciar sua morte.
Sua vida e obra estão sendo retratadas em um documentário da cineasta Liliane Mutti, atualmente em fase de finalização, que promete aprofundar o impacto de sua trajetória na arte e na sociedade. (Fonte: redação Click100 com G1 / Foto: reprodução)