Lideranças reagem a decisões de Motta e ameaçam lobby junto ao governo de Donald Trump
A postura firme do deputado paraibano Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara dos Deputados, gerou forte reação nos bastidores bolsonaristas, com articulações para pressionar o governo de Donald Trump pela revogação do visto americano do parlamentar — medida semelhante à aplicada a ministros do STF no passado.
O embate ganhou força após Motta não pautar o projeto de anistia aos condenados pelo 8 de Janeiro antes do recesso parlamentar, como esperavam aliados de Jair Bolsonaro. Embora nunca tenha confirmado essa promessa publicamente, a expectativa frustrada provocou irritação em setores da oposição.
Nos últimos dias, a tensão aumentou com a recusa de Motta em suspender o recesso parlamentar, mesmo diante das novas medidas cautelares contra Bolsonaro. A decisão barrou sessões em comissões presididas por parlamentares do PL que planejavam votar moções de apoio ao ex-presidente e de repúdio ao STF.
Uma liderança bolsonarista próxima ao deputado Eduardo Bolsonaro declarou à coluna: “O Hugo não foi subserviente aos acordos com o PL. Agora, quem sabe será ao Trump? Até porque ele não teve o visto suspenso ainda.”
Apesar da negativa de Motta, parlamentares do PL realizaram articulações paralelas e decidiram convocar reuniões da Comissão de Segurança Pública e da Comissão de Relações Exteriores. Nessas sessões, estão previstas moções de apoio a Bolsonaro e críticas às decisões judiciais recentes.
O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), confirmou à imprensa que entrou em contato com Hugo Motta para informar sobre as convocações. Segundo ele, Motta apenas ouviu e agradeceu pela comunicação, mantendo sua posição de não validar reuniões formais durante o recesso.
A movimentação para envolver o governo Trump num possível cancelamento do visto de Hugo Motta revela o grau de pressão política que o paraibano enfrenta no comando da Casa, e expõe as disputas internas que marcam este período legislativo.
(Fonte: redação Click100 com informações do Metrópoles / Imagem: reprodução Agência Brasil Marcelo Camargo)