Raoni Mendes é alvo de críticas por já ter negado existência de cartel em João Pessoa

A primeira reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Combustíveis, realizada na segunda-feira (15/09), já revelou um impasse político: vereadores solicitaram a rediscussão dos nomes que ocupam a presidência e a relatoria do colegiado. O comando atual está nas mãos de Raoni Mendes (DC), presidente, e Tarcísio Jardim (PP), relator — ambos alvos de questionamentos sobre imparcialidade.

O pedido foi formalizado por meio de requerimento, lido em plenário, e encaminhado à Procuradoria-Geral da Câmara Municipal de João Pessoa. Como o Regimento Interno é omisso sobre a possibilidade de troca, caberá à Presidência da Casa decidir se o pleito dos parlamentares pode avançar.

Críticas à escolha de Raoni Mendes

A principal crítica veio do vereador Guguinha Moov Jampa (PSD), autor da proposta que originou a CPI. Em seu retorno ao plenário após 20 dias de licença — motivada por um atentado a tiros contra seu carro — Guguinha foi direto:

“Nada contra o vereador Raoni, mas ele também tem posição. Disse publicamente que não existia cartel em João Pessoa. Se deixar o vereador Raoni como presidente, vai comprometer essa CPI”, afirmou.

A fala expôs uma divisão interna entre os membros da comissão, que inclui ainda os vereadores Jailma Carvalho (PSB), Fábio Carneiro (Solidariedade), Fábio Lopes (PL), Mikika Leitão (Republicanos) e o próprio Guguinha.

Raoni se defende e reforça compromisso com transparência

Após críticas públicas, conforme checou a redação Click100, Raoni Mendes usou as redes sociais para se posicionar. Disse que assinou o requerimento da CPI assim que foi apresentado e que defende uma investigação ampla e responsável:

“Antes de apontar o dedo, é preciso entender todo o caminho que o combustível percorre até chegar ao seu carro ou moto. Só assim vamos saber, com dados e responsabilidade, se há ou não abuso no preço — e como agir para resolver, e não apenas ganhar manchete”, escreveu.

Implicações jurídicas e políticas

A CPI foi criada para investigar suspeitas de cartel entre postos de combustíveis em João Pessoa — uma denúncia recorrente que, até hoje, não resultou em responsabilizações formais. A comissão tem poderes equivalentes aos de autoridades judiciais, podendo convocar testemunhas, requisitar documentos e realizar diligências. Caso sejam identificadas irregularidades, os resultados serão encaminhados ao Ministério Público.

O presidente da Câmara, Dinho Dowsley, indicou que a presidência da CPI não pode ser alterada por decisão política, reforçando que a Casa está apenas cumprindo o regimento.

“Vereador conversa com vereador, Odon Bezerra e o governo, e mudem a indicação. Esta Casa está só cumprindo o regimento”, declarou.

Leia também:Raoni Mendes assume CPI dos Combustíveis após negar cartel e enfrentar críticas públicas

Expectativa da sociedade

A condução dos trabalhos será acompanhada de perto por entidades civis e pela população, que espera respostas concretas sobre os preços praticados nos postos da cidade. A escolha de Raoni Mendes reacende o debate sobre critérios de composição de CPIs e o papel da imparcialidade na condução de investigações legislativas. (Imagem de capa: Ascom CMJP)

One thought on “CPI dos Combustíveis começa sob pressão e vereadores pedem troca na presidência

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