Estado registra queda de 7% nas vendas em setembro; consumidores evitam bebidas por medo de contaminação
A Paraíba registrou uma queda de 7% nas vendas de bares e restaurantes em setembro, segundo dados da Abrasel e da Stone. O recuo é reflexo direto da crise de contaminação por metanol em bebidas alcoólicas, que gerou insegurança entre consumidores e estabelecimentos em todo o país.
O estado aparece entre os seis mais afetados, ao lado de Roraima, Pará, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Sergipe. Segundo o economista Guilherme Freitas, da Stone, o cenário é agravado pela inflação acumulada de 8,24% na alimentação fora de casa — bem acima do IPCA geral de 5,17%.
“O ambiente está mais desafiador. A crise do metanol somada à inflação e ao alto endividamento das famílias limita o consumo de itens não essenciais”, explica Freitas.
Fiscalização intensificada pelo MP-Procon
Em resposta à crise, o Ministério Público da Paraíba intensificou as fiscalizações em bares, depósitos e distribuidoras de João Pessoa e Campina Grande. A operação, realizada pelo MP-Procon com apoio da Sefaz e da Vigilância Sanitária, já apreendeu bebidas sem nota fiscal e com origem suspeita.
“O objetivo é garantir que os produtos comercializados estejam em conformidade com os padrões legais de qualidade e segurança”, afirmou o promotor Francisco Bergson.
A população pode colaborar com denúncias ao MP-Procon, reforçando a rede de proteção ao consumidor.
Paraíba recebe antídoto raro contra intoxicação
Como parte da resposta emergencial do SUS, a Paraíba recebeu 28 unidades do fomepizol, antídoto raro e eficaz contra intoxicação por metanol. O medicamento foi importado em tempo recorde com apoio da Anvisa e da Opas, e será usado exclusivamente em ambiente hospitalar.
“Apesar de termos notificações em 12 estados, todos terão à disposição tanto o etanol quanto o fomepizol”, afirmou Mariângela Simão, do Ministério da Saúde.
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A Paraíba tem um caso em investigação, mas não há mortes confirmadas por metanol no estado. O Instituto de Polícia Científica descartou a hipótese de intoxicação no caso de Francisco Rariel Dantas, após análise das amostras biológicas e das bebidas consumidas.
“Não foram encontrados vestígios da substância”, informou o delegado-geral da Polícia Civil, André Rabelo.
Novas remessas do antídoto poderão ser solicitadas conforme a evolução dos atendimentos. (Texto: redação Click100 / Imagem de capa: Freepik)