Imprensa e analistas classificam parlamentares extremistas após ataque a Hugo Motta
A noite de quarta-feira (06/08) marcou um episódio grave no Congresso Nacional, quando deputados de perfil extremista impediram o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), de assumir sua cadeira. Um dos parlamentares chegou a atravessar a perna diante da mesa diretora, bloqueando fisicamente o acesso do paraibano ao posto de comando — uma cena que chocou o país e reacendeu o uso de um termo histórico: “bancada do hospício”.
A expressão, cunhada por Ulisses Guimarães nos anos 1980 para se referir a comportamentos antidemocráticos e desordeiros no Parlamento, voltou a circular com força na imprensa nacional e entre analistas políticos. O objetivo: classificar a atuação de parlamentares que têm protagonizado ações de obstrução institucional e desrespeito às normas democráticas.
Durante entrevista à GloboNews, o senador Ciro Nogueira (PP) não utilizou o termo diretamente, mas reforçou a necessidade de punição aos responsáveis. “Já passou da hora desse tipo de comportamento ser punido”, afirmou, ao criticar a articulação de grupos radicais que, segundo ele, se unem nos bastidores para blindar seus aliados. “Depois que acontece, eles se juntam no Conselhete e fazem acordos na calada da noite para inocentar esses malucos. Isso não pode mais acontecer na nossa democracia.” (Confira o áudio ao final desta matéria)
Paraíba no centro da crise
O deputado Hugo Motta, natural de Patos (PB), foi o alvo direto da ação. Sua tentativa de retomar a presidência da Câmara após dois dias de paralisação foi sabotada por parlamentares que ocupavam a mesa diretora em protesto contra decisões do Supremo Tribunal Federal. A ação gerou indignação e mobilização nas redes sociais, com mais de 1,4 milhão de menções ao nome de Motta, segundo levantamento da Nexus.
A Paraíba, portanto, não apenas figura como palco da resistência institucional, mas também como símbolo da defesa da ordem democrática. A atuação de Motta tem sido vista por analistas como firme e moderada, em contraste com o comportamento de parlamentares que protagonizaram o motim.
Democracia em xeque e reação política
A retomada do termo “bancada do hospício” por veículos de imprensa e especialistas serve como alerta sobre os riscos da radicalização política e da quebra de decoro parlamentar. Juristas e lideranças partidárias defendem que o Conselho de Ética da Câmara e do Senado precisam agir com rigor para preservar a integridade das instituições.
Especialistas apontam que a impunidade em casos como esse enfraquece a confiança da população no sistema democrático e estimula novas ações de desestabilização. A expectativa é que o episódio leve à abertura de processos disciplinares e à revisão de protocolos de segurança e conduta no Congresso.
Impacto político e institucional
O episódio reacende o debate sobre os limites da imunidade parlamentar e a necessidade de responsabilização por atos que atentem contra o funcionamento das instituições. A pressão por punições pode influenciar votações futuras, articulações partidárias e até a condução de reformas legislativas.
Na Paraíba, o caso fortalece o protagonismo de Hugo Motta e coloca o estado no centro das discussões sobre estabilidade política e defesa da democracia. A repercussão também pode impactar alianças regionais e estratégias eleitorais para 2026.
Confira o aúdio com trecho da entrevista concedida por Ciro à Globo News:
(Fonte: redação Click100 GloboNews, Câmara dos Deputados, Nexus, Arquivo Ulisses Guimarães / Foto: reprodução Folha Press | Pedro Ladeira [Clique aqui e confira outras imagens])