Município paraibano cai no ranking e zera em obras públicas e legislação de acesso à informação
Cruz do Espírito Santo obteve a pior avaliação de transparência pública entre os 12 municípios da Região Metropolitana de João Pessoa, segundo o Índice de Transparência e Governança Pública (ITGP) 2025, divulgado nesta terça-feira (07/10) pelo Instituto Soma Brasil. Com apenas 16,1 pontos, o município foi classificado como “péssimo” e apresentou queda de 7,6 pontos em relação ao ano anterior.
A pontuação de Cruz do Espírito Santo no ITGP 2025 revela um cenário preocupante de opacidade na gestão pública, segundo checou a redação Click100. A cidade zerou em duas dimensões críticas: transparência de obras públicas e aspectos legais relacionados ao acesso à informação, indicando ausência de regulamentações mínimas e falta de canais efetivos para participação da sociedade.
A escala do ITGP vai de 0 a 100 pontos, sendo 0 considerado “péssimo” e 100 “ótimo”. Cruz do Espírito Santo ficou abaixo de todos os outros municípios da região, incluindo cidades que também tiveram desempenho ruim, como Lucena (23,0), Conde (25,9), Pedras de Fogo (26,5), Caaporã (28,7), Pitimbu (30,4), Alhandra (31,0), Santa Rita (34,7) e Bayeux (38,9). Apenas três cidades escaparam das notas mais baixas: Cabedelo (41,1) e Rio Tinto (42,7), ambas com classificação “regular”, e João Pessoa, que lidera com 76,6 pontos e nota “boa”.
Ranking completo da Região Metropolitana de João Pessoa – ITGP 2025
Posição | Município | Nota | Classificação |
---|---|---|---|
1 | João Pessoa | 76,6 | BOM |
2 | Rio Tinto | 42,7 | REGULAR |
3 | Cabedelo | 41,1 | REGULAR |
4 | Bayeux | 38,9 | RUIM |
5 | Santa Rita | 34,7 | RUIM |
6 | Alhandra | 31,0 | RUIM |
7 | Pitimbu | 30,4 | RUIM |
8 | Caaporã | 28,7 | RUIM |
9 | Pedras de Fogo | 26,5 | RUIM |
10 | Conde | 25,9 | RUIM |
11 | Lucena | 23,0 | RUIM |
12 | Cruz do Espírito Santo | 16,1 | PÉSSIMO |
Segundo o relatório, sete municípios da região tiraram nota zero em obras públicas, mas Cruz do Espírito Santo se destaca negativamente por também zerar na dimensão legal, que avalia a existência de leis e mecanismos que garantem transparência e integridade administrativa.
“A transparência pública das prefeituras da região metropolitana ainda deixa muito a desejar. É urgente que sejam implementadas medidas concretas para o fortalecimento da transparência pública, do acesso à informação e da participação cidadã”, afirmou Karine Oliveira, coordenadora do Instituto Soma Brasil.
Ela recomenda que as prefeituras se comprometam com melhorias nos portais de transparência dentro de um prazo de 90 a 120 dias, com atenção especial dos órgãos de controle interno e externo.
O ITGP e as avaliações
O ITGP avalia seis dimensões: legal, plataformas, administração e governança, obras públicas, transparência financeira e orçamentária, e participação e comunicação. A metodologia considera a regulamentação de leis, funcionamento de plataformas digitais, acesso a dados públicos e canais de participação social.
A aplicação do índice na Paraíba foi conduzida pelo Instituto Soma Brasil, com apoio técnico da Transparência Internacional – Brasil e financiamento da União Europeia. A iniciativa integra um esforço nacional que avalia 329 municípios em 11 estados. (Texto: redação Click100 / Imagem de Capa: reprodução internet)