Críticas, veto de Lula e aliados em silêncio expõem fragilidade na condução da Casa

O primeiro semestre de Hugo Motta (Republicanos-PB) na presidência da Câmara dos Deputados termina sob forte tensão política. Ele acumulou embates com o governo Lula, irritações entre bolsonaristas e recebeu críticas até de aliados. A gestão, que começou com apoio transversal do PT ao PL, perdeu ritmo em meio à falta de clareza sobre prioridades e denúncias graves.

Na quarta-feira (16/07), Motta amargou sua maior derrota até agora: o presidente Lula vetou o projeto que aumentava o número de deputados na Câmara, uma articulação direta do paraibano para proteger sua base. O governo não comunicou o veto previamente ao Congresso, interpretado como resposta à pauta unilateral de Motta sobre o decreto do IOF.

Mesmo defensores da proposta reconhecem a dificuldade de derrubar o veto presidencial. Interlocutores próximos afirmam que Motta ficou abalado e buscou interlocução imediata com líderes do Senado após saber da decisão pela imprensa.

A condução política da Casa também foi questionada quando Motta pautou de forma inesperada o projeto bilionário que destina recursos do pré-sal ao crédito agrícola, contrariando acordos com o Executivo. Mesmo aliados viram o movimento como uma “pauta-bomba” e disseram que compromete a imagem fiscal que ele tenta construir.

As críticas se intensificaram diante das denúncias de funcionários fantasmas em seu gabinete. Segundo apuração da Folha, três assessoras tinham rotinas incompatíveis com a atuação em Brasília. Apesar do escândalo, o tema foi silenciado no plenário e apenas deputados do PSOL exigiram explicações nas redes.

Aliados tentam minimizar o desgaste, citando apoio expressivo em votações e medidas favoráveis ao governo, como o projeto do IR para salários de até R$ 5 mil. No entanto, bolsonaristas acusam Motta de protelar a votação da anistia dos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro.

O presidente da Câmara não comentou diretamente as críticas, mas afirmou em plenário que busca diariamente estar à altura do cargo e pediu desculpas aos que não pôde atender.

(Fonte: redação Click100 com informações da Folha de S.Paulo / Foto: reprodução Câmara dos Deputados)

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