Grupo dissidente prepara movimento político com foco em ideias revolucionárias e críticas ao machismo

A vice-presidente do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), Rama Dantas, anunciou nesta terça-feira (21/10) que foi expulsa da sigla após apresentar propostas divergentes da corrente majoritária. A ruptura pode culminar na criação de um novo partido político, com base em ideias revolucionárias e críticas à condução interna do PSTU. O movimento será lançado na próxima semana por Dantas e outros integrantes desligados da legenda.

Rama Dantas, que já foi candidata à Prefeitura de João Pessoa e ao Governo da Paraíba pelo PSTU, afirmou que sua expulsão ocorreu após o congresso partidário realizado em setembro. Segundo ela, o grupo que representa se opôs às políticas “reformistas” da direção nacional e denunciou práticas de “machismo” e “moralismo” dentro da estrutura partidária.

“Tivemos vários problemas de moral e de machismo e muitas políticas desenvolvidas por pressões reformistas. O setor majoritário não apenas não aceitou a crítica como também nos expulsou”, declarou Dantas ao Jornal da Paraíba.

A ex-dirigente também afirmou que o novo partido será fundado com base em valores revolucionários, mantendo a defesa de pautas radicais à esquerda. “Continuamos reivindicando as ideias revolucionárias no Brasil”, disse.

Em nota oficial, o PSTU nacional negou a expulsão e classificou o episódio como uma “separação” decorrente de decisão coletiva. “Expulsão burocrática é ato de cúpula, autoritário e administrativo. O que ocorreu foi exatamente o contrário: uma decisão coletiva, tomada após meses de debate democrático, com direito de expressão plena para todas as posições”, afirmou a sigla.

Requisitos legais

A criação de um novo partido político exige o cumprimento de requisitos legais estabelecidos pela Justiça Eleitoral, como a coleta de assinaturas de apoio e a formação de diretórios regionais. Caso o grupo liderado por Rama Dantas avance com a proposta, poderá abrir espaço para uma nova legenda de perfil revolucionário, com atuação voltada à crítica das estruturas tradicionais da esquerda brasileira.

A controvérsia também levanta discussões sobre coerência interna dos partidos em relação às pautas que defendem publicamente. As acusações de machismo contrastam com o discurso do PSTU de inclusão das mulheres na política, o que pode gerar repercussões entre militantes e observadores do campo progressista. (Texto: redação Click100 / Imagem de capa: reprodução internet)

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