Motoristas denunciam quebra de acordo coletivo e sindicato patronal promete providências

Motoristas de ônibus da Grande João Pessoa anunciaram greve por tempo indeterminado após o descumprimento de cláusulas do acordo coletivo. A paralisação deve começar em até 72 horas, com apenas 30% da frota mantida em circulação, conforme determina a legislação. O Sintur-JP, sindicato patronal, afirma que não foi oficialmente notificado sobre o movimento e promete tomar providências.

O impasse entre os sindicatos se arrasta desde janeiro de 2025, quando não houve consenso sobre o reajuste salarial de 5% reivindicado pela categoria. A proposta foi rejeitada pelas empresas durante audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho da 13ª Região (TRT-13).

Segundo o Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Passageiros da Paraíba (Simtro-PB), o patronato descumpriu cláusulas do dissídio coletivo, o que motivou a publicação do edital de greve. A categoria afirma que tentou negociar, mas não obteve resposta satisfatória.

O Sintur-JP, por sua vez, declarou que acompanha o caso com atenção e que tomará “todas as providências necessárias” junto às empresas operadoras do sistema de transporte público. O sindicato patronal reforçou seu compromisso com o diálogo e a transparência.

“As empresas descumpriram o acordo coletivo do dissídio. O edital de greve foi publicado hoje e a partir de terça-feira inicia a paralisação”, afirmou Ronne Nunes de Sousa, presidente do Simtro-PB.

“O Sintur-JP informa que não recebeu, até o momento, nenhum comunicado oficial sobre o movimento grevista e que novas informações serão repassadas assim que houver atualização oficial”, diz nota divulgada pelo sindicato patronal.

Acordos trabalhistas

A greve levanta questões sobre o cumprimento de acordos trabalhistas, a responsabilidade dos empregadores e o papel da Justiça do Trabalho na mediação de conflitos coletivos. A manutenção de 30% da frota atende à exigência legal de garantir serviços essenciais, mas pode comprometer a mobilidade urbana e o acesso ao trabalho e à educação.

A ausência de notificação formal pode gerar questionamentos sobre a legalidade da paralisação, já que a legislação exige comunicação prévia e definição do percentual mínimo de operação. O episódio evidencia a necessidade de mediação institucional eficaz e reforça o papel dos sindicatos na negociação coletiva. (Texto: redação Click100 / Imagem de capa: Freepik)

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