Deputado paraibano enfrenta oposição e marca sessão após tensão no plenário em Brasília

O deputado paraibano Hugo Motta (Republicanos-PB) reassumiu, com dificuldade, a presidência da Câmara dos Deputados na noite desta quarta-feira (06/08) e convocou uma nova sessão para esta quinta-feira (07/08), às 12h. A movimentação ocorre em meio a uma crise institucional e pode influenciar diretamente pautas de interesse nacional e da Paraíba.

Em um dos momentos mais tensos do atual cenário político, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, protagonizou uma retomada simbólica e estratégica de sua cadeira na Mesa Diretora da Casa. O episódio, ocorrido após as 22h20 da quarta-feira (06/08), foi marcado por resistência da oposição bolsonarista, que ocupava o espaço desde a terça-feira (05/08), em protesto contra decisões judiciais envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro.

A travessia de Motta até a cadeira da presidência foi feita sob forte pressão, cercado por aliados como Dr. Luizinho (PP) e Isnaldo Bulhões (MDB), e com a oposição tentando impedir sua entrada. O deputado Marcos Pollon (PL-RS), que ocupava a cadeira, resistiu até ser convencido a se levantar. Deputados do Centrão chegaram a segurar a cadeira para garantir que Motta se sentasse, simbolizando a retomada do controle institucional.

Em discurso firme, Hugo Motta criticou a postura da oposição, classificando-a como prejudicial à imagem da Câmara. “Não foi boa para a Casa”, afirmou, ao defender a priorização de pautas nacionais em detrimento de agendas pessoais ou eleitoreiras.

A sessão marcada para esta quinta-feira, às 12h, ainda não teve sua pauta oficialmente divulgada, mas há expectativa de que temas sensíveis sejam abordados. Entre eles, está uma Medida Provisória que cria um programa para reduzir a fila do INSS — um gargalo que afeta milhares de brasileiros, inclusive na Paraíba, onde o tempo de espera por benefícios previdenciários ultrapassa os 90 dias em algumas regiões.

A movimentação de Motta ocorre em paralelo ao chamado “pacote da paz” anunciado pela oposição, que inclui propostas polêmicas como a anistia aos envolvidos nos atos de 8 de Janeiro, o impeachment do ministro Alexandre de Moraes (STF) e o fim do foro privilegiado. A reação do presidente da Câmara pode ser vista como uma tentativa de reequilibrar forças e retomar o protagonismo legislativo diante da escalada de tensões entre os Três Poderes.

Motta

Motta disse que abriu a sessão para garantir o respeito à Mesa Diretora, “que é inegociável”, e para que a Câmara possa se fortalecer. Não houve votações.

“Até quando ultrapassamos o nosso limite, tem limite. O que aconteceu não foi bom, não foi condizente com nossa história, e só reforça que temos de voltar ao obedecimento do nosso Regimento, da Constituição e do bom funcionamento desta Casa”, disse Motta.

Segundo ele, projetos individuais, pessoais e eleitorais não podem estar à frente do povo. “O compromisso que assumi com todas as lideranças neste dia foi o de seguirmos dialogando sem nenhum preconceito com qualquer pauta, sem inflexão”, disse.

Motta afirmou que um somatório de acontecimentos recentes trouxe sentimento de ebulição para dentro da Câmara. “É comum? Não. Estamos vivendo tempos normais? Também não. E é justamente nessa hora que não podemos negociar a nossa democracia, dialogar e deixar a maioria se estabelecer”, declarou.

Para Motta, a oposição tem todo o direito de se manifestar, mas isso tem de ser feito obedecendo ao Regimento e à Constituição. “Não vamos permitir que atos como os de ontem e de hoje possam ser maiores do que o Plenário e a vontade desta Casa”, afirmou.

(Fonte: redação Click100 com imprensa nacional e Agência Câmara / Imagem: reprodução Agência Câmara | Bruno Spada)

Topo
Verified by MonsterInsights