Capital paraibana teve queda na coleta, mas cresceu 1,43 pontos no tratamento de esgoto entre 2019 e 2023
João Pessoa (PB) está entre as seis capitais brasileiras que reduziram a cobertura de coleta de esgoto entre 2019 e 2023, segundo a edição de 2025 do Ranking do Saneamento, elaborado pelo Instituto Trata Brasil com apoio técnico da GO Associados. A capital paraibana apresentou uma queda de 2,65 pontos percentuais no Indicador da Evolução do Atendimento Total de Esgoto nas Capitais, contrariando a média nacional, que foi de crescimento de 4,09 pontos percentuais.
No entanto, o mesmo relatório revela um dado positivo: João Pessoa avançou 1,43 pontos percentuais no Indicador de Tratamento Total de Esgoto (ITR), sinalizando esforços na melhoria da qualidade do serviço, mesmo diante da retração na coleta. Esse crescimento coloca a capital em um grupo minoritário que conseguiu elevar o nível de tratamento, ainda que modestamente.
Capitais como Cuiabá (MT) lideraram o crescimento absoluto na coleta, com alta de 21,41 pontos percentuais. Já no tratamento de esgoto, cidades como Rio de Janeiro (RJ), Belém (PA) e Aracaju (SE) se destacaram com aumentos superiores a 15 pontos percentuais.
O relatório, baseado pela primeira vez no novo Sistema Nacional de Informações em Saneamento (SINISA), substituto do SNIS, reforça que as disparidades regionais continuam sendo um dos principais obstáculos à universalização do saneamento básico. Municípios das regiões Norte e Nordeste, como João Pessoa, figuram nas últimas colocações do ranking, com déficits expressivos em diversos indicadores. Já os municípios do Sul e Sudeste concentram os melhores desempenhos, com maior capacidade de investimento, regulação e operação dos serviços.
Apesar da quase universalização do abastecimento de água — com média de 93,91% nos 100 maiores municípios brasileiros — o relatório alerta que ainda há 10 municípios com menos de 80% de cobertura total. Porto Velho (RO) apresentou o pior desempenho, com apenas 35,02%.
O Ranking do Saneamento 2025 também destaca que, para que o Brasil atinja a meta de universalização até 2033, conforme previsto no Novo Marco Legal do Saneamento, será necessário ampliar significativamente os investimentos no setor e fortalecer a capacidade regulatória dos entes subnacionais.
(Fonte: redação Click100 com Instituto Trata Brasil – Ranking do Saneamento 2025 (SINISA/SNIS) / Imagem: reprodução frame video TVCB)
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