Rede articulada por Instituto Lula e sindicatos mira presidente da Câmara com peças virais
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), está no centro de uma ofensiva política e digital articulada pelo PT. Após o anúncio do tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos e da aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes (STF), a militância petista foi orientada a “bombardear” os perfis e o e-mail funcional de Motta, exigindo a cassação imediata do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
A convocação circula em grupos de internet e redes sociais, com vídeos, memes e mensagens prontas para compartilhamento. De acordo com uma reportagem do Estadão, a estrutura usada é a mesma da campanha “nós contra eles” por justiça tributária, com peças produzidas por inteligência artificial e coordenação direta entre o Instituto Lula, a Fundação Perseu Abramo, sindicatos e interlocução com a Secretaria de Comunicação (Secom) do Palácio do Planalto — embora a pasta negue qualquer envolvimento fora da comunicação institucional.
“Quem trabalha contra o Brasil não pode continuar no Congresso. Escreva para Hugo Motta e peça já cassação do mandato de Eduardo Bolsonaro”, diz uma das mensagens disparadas na quarta-feira (30).
A pressão aumentou após Eduardo admitir que participou das articulações com o governo Trump para retaliar o Brasil, em troca de apoio à anistia de acusados de tentativa de golpe — incluindo seu pai, Jair Bolsonaro. A campanha petista acusa Eduardo de sabotagem internacional e exige que Hugo Motta não permita que ele permaneça no cargo até 2026.
Em nota oficial, Motta afirmou: “Não podemos apoiar nenhum tipo de sanção por parte de nações estrangeiras dirigida a membros de qualquer Poder constituído da República.”
A resposta foi considerada genérica e insuficiente por lideranças do PT. O deputado Lindbergh Farias (RJ) declarou que a sigla vai priorizar a cassação de Eduardo na retomada dos trabalhos legislativos.
“Não podemos esperar que o mandato dele continue até o final do ano. Ele não pode continuar ameaçando a soberania nacional como deputado”, disse Lindbergh.
A estratégia digital do PT é agressiva e bem estruturada. O vídeo principal da campanha termina com trecho do pronunciamento de Lula em rede nacional: “O Brasil tem um único dono: o povo brasileiro.”
A ação também denuncia que, com sessões virtuais, Eduardo pode evitar o índice de faltas que levaria à perda automática do mandato. Se Hugo Motta mantiver o ritmo atual de sessões online, o deputado pode chegar ao fim de 2025 sem ultrapassar o limite de ausências.
Enquanto senadores brasileiros tentam reverter o tarifaço nos EUA, Eduardo Bolsonaro declarou que atua para impedir qualquer diálogo entre os parlamentares e o governo norte-americano.
A campanha “Eu defendo o Brasil” reforça a narrativa de que o tarifaço é resultado direto da sabotagem bolsonarista. Um dos conteúdos diz: “Com Lula é soberania. Com Bolsonaro foi sabotagem.”
A pressão sobre Hugo Motta não é apenas institucional — é estratégica, emocional e viral. E a resposta que ele der pode definir não só o futuro de Eduardo Bolsonaro, mas também o papel da Câmara diante de uma crise internacional sem precedentes.
(Fonte: redação Click100 com Estadão / Imagem: reprodução Agência Brasil | Marcelo Camargo)
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