As informações são do Censo Demográfico 2022 e divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

Três estados brasileiros historicamente marcados pela saída de moradores passaram a registrar mais chegadas do que partidas entre 2017 e 2022. É o que revela o novo balanço do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado nesta sexta-feira (27/06), com base no Censo Demográfico de 2022.

Segundo os dados, Minas Gerais, Paraná e Paraíba inverteram o fluxo migratório e deixaram de ser polos de emigração para se tornarem destinos de quem decide recomeçar em outro estado. A Paraíba, por exemplo, obteve um saldo migratório positivo de 30,9 mil pessoas no período — um contraste significativo diante da tradição do estado como ponto de partida de nordestinos para outros locais do país.

Além deles, outros seis estados também registraram saldo migratório positivo, com destaque absoluto para Santa Catarina, que atraiu 503,6 mil novos moradores e ficou com um saldo de 354,3 mil pessoas — o maior do país. Em seguida, vieram Goiás (186,8 mil), Minas Gerais (106,5 mil), Mato Grosso (103,9 mil), Paraná (85 mil), Espírito Santo (27,9 mil), Mato Grosso do Sul (17,7 mil) e Tocantins (6 mil).

Já São Paulo e Rio de Janeiro apresentaram, pela primeira vez desde que esse tipo de dado passou a ser levantado (em 1991), saldo migratório negativo. O estado de São Paulo perdeu mais de 89,6 mil habitantes líquidos, ao registrar a saída de 826 mil moradores e a entrada de 736,4 mil pessoas. No Rio de Janeiro, o saldo foi negativo em 165,4 mil pessoas.

“O saldo migratório indica a relação entre quem chega e quem sai. Quando ele é positivo, quer dizer que o estado está atraindo pessoas. Quando é negativo, está perdendo habitantes. Isso nos ajuda a entender dinâmicas populacionais e até econômicas regionais”, explica Marcelo Dantas, pesquisador do IBGE.

Panorama por região

O estudo também mostra que:

  • O Sudeste, antes uma região receptora, passou a ter saldo negativo: –120,6 mil.
  • O Nordeste ainda perde mais pessoas do que ganha, mas com perdas menores: de –701 mil (2005–2010) para –248,6 mil (2017–2022).
  • O Sul aumentou fortemente seu saldo: de +76,3 mil para +361,5 mil no mesmo intervalo comparativo.
  • O Centro-Oeste segue como destino de migrantes, embora com leve recuo.
  • O Norte teve a maior virada negativa: de saldo positivo na década anterior para –201,2 mil migrantes.

O levantamento reafirma a relevância do monitoramento da migração interna para o planejamento urbano e regional. A nova movimentação populacional desafia antigos estigmas de deslocamento e redefine o mapa dos fluxos migratórios no país.

(Fonte: Click100 com Ascom IBGE / Imagem: Freepik)

 

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