Boletim revela que 1 em cada 4 idosos paraibanos tem baixa escolaridade e enfrenta riscos crescentes
A Paraíba acompanha o ritmo acelerado de envelhecimento populacional observado em todo o Nordeste, segundo o novo Boletim População Idosa, divulgado pela Sudene nesta quarta-feira (1º/10), em alusão ao Dia Nacional do Idoso. O estudo, que integra a plataforma Data Nordeste, revela mudanças demográficas significativas e alerta para desafios sociais e estruturais que exigem atenção imediata do poder público.
Entre os dados mais preocupantes, segundo checou a redação Click100, está o crescimento das notificações de violência contra idosos, que aumentaram 34,07% na Paraíba entre 2013 e 2023. Embora o índice seja mais moderado em comparação a estados como Ceará (1.850%) e Pernambuco (589%), o avanço sinaliza uma tendência alarmante. No Nordeste como um todo, o crescimento foi de 388%, superando a média nacional de 250%.
Outro ponto crítico é a baixa escolaridade entre a população idosa. Na Paraíba, 25% das pessoas com 65 anos ou mais estão no grupo “sem instrução ou com ensino fundamental incompleto”, o que representa 1 em cada 4 idosos. Esse dado reforça a necessidade de políticas públicas voltadas à inclusão educacional e ao acesso à informação para essa faixa etária.
O boletim também destaca o Índice de Envelhecimento, que mede a proporção de idosos em relação às crianças. Na Paraíba, o índice é de 68,5, abaixo da média nacional (80), mas ainda expressivo. A idade mediana da população nordestina passou de 27 para 33 anos entre 2010 e 2022, evidenciando uma transição demográfica acelerada.
“O Nordeste vivencia uma notória transformação demográfica”, afirma Miguel Vieira, economista da Coordenação de Estudos e Pesquisas da Sudene. Ele ressalta que o envelhecimento populacional é uma tendência global e que o levantamento busca subsidiar políticas públicas eficazes. “Reunir informações sobre a população idosa é de suma importância para o desenvolvimento de políticas públicas direcionadas a esse grupo, de modo que o Estado consiga ofertar bem-estar e qualidade de vida”, completa.
Além dos dados demográficos, o boletim analisa indicadores de acesso à saúde, educação, empregabilidade e segurança, reforçando a urgência de ações integradas para garantir dignidade à população idosa. (Texto: redação Click100 / Imagem de capa: Freepik)