Será inaugurado nesta quarta-feira (26/03), a partir das 10h, na localidade rural conhecida como Unha de Gato, no município de Juazeirinho, o Observatório Astronômico e do Geoespaço da Paraíba. O local é fruto da parceria entre a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), do Observatório Astronômico de Xangai e da Academia Chinesa de Ciências (SHAO-CAS, da sigla em inglês, Shanghai Astronomical Observatory, Chinese Academy of Sciences).
O Observatório Astronômico e do Geoespaço da Paraíba é vinculado ao Departamento de Física, do Centro de Ciências e Tecnologia (CCT) da UEPB, e funcionará como um centro de referência para pesquisa, desenvolvimento, ensino e extensão nas áreas de geociências, astronomia e ciências correlatas. A edificação foi construída em terreno doado a UEPB pela Prefeitura Municipal de Juazeirinho que, por meio da Secretaria de Infraestrutura e Urbanismo tem envidado ações para viabilizar o projeto.
A obra teve um investimento de R$ 11,6 milhões, com 100% dos recursos oriundos do Observatório Astronômico de Xangai e da Academia Chinesa de Ciências. A parceria entre UEPB e as instituições chinesas começou em 2018. Já em 2022 foi iniciada a construção do edifício para abrigar o telescópio que tem como objetivo acompanhar ou monitorar os detritos espaciais e a observação de asteroides.
Observatório Astronômico da Paraíba permitirá que estudantes, professores e pesquisadores façam o monitoramento de fenômenos que podem ter impacto no meio ambiente terrestre e em sistemas de engenharia, visando possibilitar a realização de estudos na área de clima espacial, relações Sol-Terra, entre outros aspectos ambientais.
Pesquisa no Observatório
O Grupo de Física da Atmosfera, do Departamento de Física da Universidade Estadual da Paraíba, foi criado em 2005 e desde então realiza pesquisas que envolvem a dinâmica e eletrodinâmica da porção mais alta da atmosfera terrestre, bem como o seu acoplamento com as demais regiões e com o geoespaço.
Com a incorporação dos equipamentos de sondagem da atmosfera e do telescópio FocusGEO, em Juazeirinho, o grupo estenderá as pesquisas sobre o acoplamento usando as observações da ionosfera e dará os primeiros passos nos estudos sobre a identificação e caraterização de detritos espaciais em órbita geossíncrona.
A órbita geossíncrona é estrategicamente ocupada por satélites de telecomunicações, meteorológicos e militares, devido à sua capacidade de fornecer uma “visão” constante de uma mesma região da Terra. Um caso especial é a órbita geoestacionária que abriga cerca de 562 satélites ativos, os quais estão sob constante ameaça de colisões com detritos espaciais.
Essas colisões podem não apenas destruir satélites, causando prejuízos econômicos, mas também aumentar a quantidade de fragmentos em órbita, agravando os impactos ambientais associados aos detritos espaciais, como por exemplo: emissão de gases poluentes, liberação de resíduos sólidos, contaminação ambiental por combustíveis tóxicos que pode poluir a atmosfera, o solo e a água, entre outros.
(Fonte e foto: Ascom UEPB / Givaldo Cavalcanti)