Vice-governador é cotado para 2026, mas apoio a Lula trava consenso na federação
A imprensa nacional aponta a Paraíba como o principal “embaraço” político da federação formada por União Brasil e Progressistas (PP). O estado tornou-se o epicentro de uma disputa interna que ameaça a candidatura do vice-governador Lucas Ribeiro (PP) ao governo estadual em 2026 — justamente por seu apoio declarado ao presidente Lula.
A federação, oficializada em agosto, distribuiu o comando de nove diretórios para o PP, nove para o União Brasil e deixou outros nove sob decisão do diretório nacional. Entre os estados indefinidos, a Paraíba se destaca como o mais conflituoso, com três nomes inicialmente cotados para a sucessão: Lucas Ribeiro, o prefeito de João Pessoa Cícero Lucena (PP) e o senador Efraim Filho (União Brasil).
A primeira baixa ocorreu no início do mês, quando Cícero Lucena anunciou sua desfiliação do PP. Aliado de Lula e com bom trânsito no PT, Cícero abriu caminho para possível filiação ao MDB, ampliando a fragmentação da base progressista no estado.
Lucas Ribeiro, que deve assumir o governo em 2026 com a renúncia do atual governador João Azevedo (PSB) para disputar o Senado, ainda enfrenta resistência explícita da cúpula da federação, segundo checou a redação Click100. O apoio ao presidente Lula é visto como um entrave por lideranças mais conservadoras, que buscam alinhar a federação a uma agenda de oposição.
Esse cenário fortaleceu o senador Efraim Filho, que recentemente selou uma aliança com o PL, com apoio público de Michele Bolsonaro. “O controle da federação no estado está aberto e sou o único que faz oposição a Lula”, afirmou Efraim, em declaração que evidencia o racha ideológico.
A disputa na Paraíba revela os desafios da federação em conciliar interesses locais com estratégias nacionais. A candidatura de Lucas Ribeiro, embora tecnicamente viável, depende da superação de resistências internas e da capacidade de articulação política em um ambiente polarizado.
A Paraíba, portanto, não apenas ocupa espaço central na disputa pela sucessão estadual, mas também se tornou símbolo da dificuldade de conciliação entre pragmatismo eleitoral e alinhamento ideológico dentro da nova federação partidária. (Imagem de Capa: Secom PB)