Senadores querem investigar redes sociais e conteúdos que expõem crianças
Foi protocolado no fim da manhã desta segunda-feira (11/08), no Senado Federal, um pedido de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a atuação de influenciadores digitais e plataformas de redes sociais na promoção de conteúdos que sexualizam crianças e adolescentes. A iniciativa surge após denúncia envolvendo o youtuber paraibano Hytalo Santos.
Os senadores Jaime Bagattoli (PL-RO) e Damares Alves (Republicanos-DF) apresentaram o requerimento que propõe a criação da CPI com foco na apuração de práticas digitais que expõem menores de idade a conteúdos considerados “adultizados” e potencialmente exploratórios. O documento foi protocolado no Senado nesta segunda-feira (11/08), poucos dias após uma denúncia pública que ganhou repercussão nacional.
Na quarta-feira passada, o youtuber Felipe Bressanim, conhecido como Felca, publicou um vídeo em seu canal denunciando o funcionamento dos algoritmos das redes sociais e a monetização de conteúdos que, segundo ele, sexualizam crianças. Felca citou diretamente o influenciador paraibano Hytalo Santos como um dos produtores desse tipo de material. A repercussão levou à desativação do perfil de Santos no Instagram.
A denúncia provocou reação imediata no Congresso. O deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) anunciou que pretende pautar projetos de lei na Câmara para enfrentar o problema da exploração infantil no ambiente digital. Já no Senado, o pedido de CPI mira diretamente “a relação entre o conteúdo exposto por influenciadores como Hytalo Santos e a potencial exploração sexual de menores”.
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O requerimento propõe ainda examinar a efetividade das políticas de proteção à infância nas redes sociais e a resposta das autoridades competentes às denúncias de pedofilia e abuso online. Os parlamentares querem entender como plataformas digitais lidam com esse tipo de conteúdo e quais mecanismos de controle estão sendo aplicados — ou negligenciados.
A Paraíba, estado de origem do influenciador citado, torna-se um dos focos centrais da discussão. A denúncia reacende o debate sobre os limites da monetização digital, o papel dos algoritmos e a responsabilidade das plataformas frente à proteção de crianças e adolescentes.
A CPI, se instalada, poderá convocar influenciadores, executivos de redes sociais e especialistas em segurança digital para prestar esclarecimentos. O caso também levanta questões sobre a fiscalização de conteúdos em ambientes digitais e a urgência de regulamentações mais rígidas.
(Fonte: redação Click100 com requerimento protocolado no Senado Federal, O Globo, vídeo publicado por Felca / Imagem: reprodução Agência Senado | Carlos Moura)