Prefeituras do RN e do RJ também teriam sido citadas como envolvidas no suposto esquema
Durante sessão da CPMI do INSS no Congresso Nacional, que apura descontos indevidos em aposentadorias e pensões de segurados do INSS, o nome do ex-assessor João Pedro de Moura voltou ao centro das investigações. Segundo informações divulgadas pela imprensa nacional nesta sexta-feira (24/10), via Metrópoles, interceptações telefônicas apresentadas por parlamentares mostrariam que Moura teria afirmado que teria conseguido “todas as prefeituras da Paraíba” para contratos fraudulentos com propina estimada em 4% sobre cada financiamento.
A CPMI investiga um esquema de intermediação ilícita entre sindicatos e instituições financeiras, que teria desviado recursos de aposentados por meio de descontos indevidos. João Pedro Moura, ex-assessor do deputado Paulinho da Força (SD-SP) e sócio da empresa Gestora Eficiente, é apontado como operador financeiro do esquema.
O deputado Luiz Lima (Novo-RJ) apresentou documentos e imagens que associam Moura a supostos contratos suspeitos com prefeituras da Paraíba, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte. Segundo relatórios da Polícia Federal, Moura teria comemorado o fechamento de acordos com todas as prefeituras desses estados, com propina de 4% sobre cada financiamento.
“O Sr. João Pedro Moura foi preso na Operação Santa Tereza, que investigou desvio de recursos do BNDES. Ele era considerado um dos principais assessores da Força Sindical, responsável pela ligação da organização criminosa com o banco”, afirmou o deputado.
Gestores poderão ser responsabilizados
A revelação levanta preocupações sobre a extensão do esquema e a vulnerabilidade das administrações municipais paraibanas. Caso confirmadas as irregularidades, os contratos poderão ser anulados e os gestores responsabilizados civil e criminalmente.
O deputado Kim Kataguiri (União-SP) solicitou a quebra dos sigilos fiscal e telemático de Moura, alegando “indícios concretos” de atuação ilícita. Moura também aparece em fotos com autoridades como Carlos Lupi, ex-ministro da Previdência, e Milton Cavalo, presidente do Sindnapi. As investigações continuam.
Defesa e prescrição
Em nota, a defesa de João Pedro Moura informou que as acusações da Operação Santa Tereza, foram rejeitadas ou prescreveram. A Justiça Federal em São Paulo declarou a prescrição de parte das imputações e absolveu o réu das demais acusações em junho de 2025. Já sobre os supostos contratos com as prefeituras da Paraíba, Rio Grande do Norte e Rio de Janeiro, não teria havido pronunciamento até o momento da publicação desta matéria. Os espaços, porém, seguem abertos. (Texto: redação Click100 / Imagem de capa: reprodução Agência Gov)
