Diretório paraibano é um dos mais próximos ao governo federal e pode ser forçado a mudar de posição

O Partido Progressistas (PP) avalia obrigar seus diretórios estaduais e municipais a se posicionarem contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2026, caso o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), seja confirmado como candidato à Presidência. A medida pode impactar diretamente o diretório da Paraíba, que mantém proximidade com o governo federal e que terá o vice-governador, Lucas Ribeiro, como candidato ao Governo nas Eleições 2026.

Segundo apuração do Estadão/Broadcast, o PP pretende formar um “grupo coeso” e “sem fragmentações” em torno de uma eventual candidatura de Tarcísio ao Planalto. A estratégia inclui pressionar diretórios do Nordeste — região historicamente alinhada a Lula — a romper com o governo petista. Na Paraíba, o diretório da sigla ainda não sinalizou afastamento, mesmo após o anúncio oficial de desembarque do PP da base governista.

A resistência regional é atribuída à força eleitoral de Lula no Nordeste e à presença de lideranças locais com vínculos diretos com o governo federal. No Maranhão, por exemplo, o diretório é presidido pelo ministro do Esporte, André Fufuca, que ainda não deixou o cargo, apesar de ultimatos internos.

Fontes ligadas ao PP afirmam que a pressão para alinhar os diretórios ao projeto presidencial de Tarcísio deve se intensificar nas próximas semanas, especialmente após uma eventual confirmação pública de apoio por parte do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“A ideia é evitar fragmentações e garantir que todos os diretórios estejam alinhados à candidatura que represente o campo da direita”, afirmou uma fonte ligada à cúpula nacional do PP.

No entanto, parlamentares da sigla reconhecem que, caso Tarcísio não dispute a Presidência, o partido pode adotar uma postura mais flexível, liberando os diretórios nordestinos para manterem alianças locais com o PT.

Tentativa de imposição

Para analistas da aplicação das leis eleitorais, a tentativa de impor alinhamento político verticalizado entre diretórios estaduais e a direção nacional do partido pode gerar tensões internas e questionamentos jurídicos. A legislação partidária permite certa autonomia regional, especialmente em contextos de coligações locais e alianças proporcionais.

Na Paraíba, o impacto pode ser significativo, já que o PP possui representação parlamentar e influência em municípios onde Lula obteve ampla votação em 2022. A exigência de rompimento pode comprometer estratégias eleitorais locais e gerar disputas internas por comando partidário.

Cenário paraibano em foco

O diretório do PP na Paraíba ainda não se manifestou oficialmente sobre a possível exigência de oposição a Lula. A expectativa é que lideranças locais aguardem definições sobre a candidatura de Tarcísio antes de tomar posição. Caso o governador paulista opte por disputar a reeleição em São Paulo, o partido pode liberar os diretórios nordestinos para manter alianças com o governo federal.

Historicamente, o PP tem adotado postura pragmática na região, permitindo apoio a Lula mesmo quando integra chapas da direita nacional. Em 2022, políticos influentes da legenda manifestaram apoio ao petista ainda no primeiro turno, evidenciando a complexidade das articulações regionais. (Texto: redação Click100 / Imagem de capa: reprodução redes sociais)

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